Quinta-feira, 1 de julho de 2010
Waking up
June 30, 2010
Revelação nas fronteiras do plexo-solar
e na vida do acordar
Acordo para mais um susto, apêrto do plexo solar, sufôco no amanhecer, mais uma vez, mais um dia, sózinha e perdida. Ainda apegada a fantasia do sereno dos meus sonhos. Nessa cama, deitada diante desses tetos altos e góticos deste veleiro, nessa casa tão bonita, com tanta beleza. No jardim dos meus encantos e das borboletas, num país que era estranjeiro pra mim e que agora é também meu. Sou cidadã dessa comunidade, no sentido mais mundano da palavra, até prestei juramento na verdade do querer ficar.
Respiro, e do ar no acordar que entra dentro do meu corpo, entra o sentir do só que entra dentro. Ao respirar enxergo a minha cara de perto, o nariz respirando, a pele côr de marsipã sem tintura, os poros abertos, os cabelos nas verrugas, a bôca pedindo ar para parar a dôr no plexo solar diário dos meus dias,
Do meu corpo, do meu só. Sou eu respirando e sentindo, talvez até a caminho do meu fim.
A caminho não tenho desejos porque desejar o que não tenho não funciona.
Na revelação sentir, respirar para poder estar viva, para ultrapassar o susto de viver e de morrer. Aceitar, no acordar e no respiro, que envelhecer é saber estar dentro do meu corpo próprio.
Nessa manhã e instante não tenho o corpo dos outros como meu proposito, o corpo físico meu é o que me compõe.
Do corpo dos outros o que sei é que compoem a música, o sexo, as vibrações, o amor, enfim, o palavreado da arte, as amizades, os casamentos, os disamores, o povo, os relacionamentos que na ilusão nos fazem corpóreos.
Tem a ver com o meu envelhecer,
a minha possibilidade unica
de habitar o meu tempo.
me dar paz.
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