quarta-feira, 23 de outubro de 2013

MINA DE SAL



E me pergunto, com liberdade poética:


Mas quem então mesmo
quer deixar de lado essas férias de pousada,
o nado de água limpa
da praia pristina do turismo ecológico,

as feras nobres das savanas,
a caça ao leão,
esse luxo da gelada?
a casa própria, de campo,

a curica do serviço, celular,
o corpo bem tratado,
ouro do badulaque, do linho
do algodãozinho orgânico

quarto de lua com a vista da Virginia
do Fernando de Noronha?
a fotografia, os livros?
o teto? a cama, o fogão?

Isso precisa de aço,
de óleo,
da eletricidade do plástico,
do teste da micro fibra de titânium,
do núbio,
do óxido verde do cobre,
da leveza do aluminium
do debaixo da terra
do suor da mina de sal

Alguém tem que assumir o custo dessa coisa...
Alguém tem que governar.


e.weick 10/13

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